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saindo cedo de casa(marta e yeda)

Page history last edited by Yeda 15 years, 7 months ago

uventude rural: entre ficar e sair

 

 

O que faz o jovem permanecer no campo? Se por um lado a juventude camponesa vai para a cidade em busca de melhores condições de vida, por outro existe um número significativo de jovens engajados em movimentos sociais rurais. É o que explica, em entrevista ao Observatório Jovem, a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Elisa Guaraná. 

 

A seguir é uma entrevista com ela sobre os jovens rurais saindo casa.

 

OJ –Voçê acha que foram as diferênças entre rural e urbana que dão motivos para jovens rurais para entrar na sociedade urbana?

EG - Sim. Na sociedade rural talvez isso apareça no âmbito da família de uma maneira mais forte porque o espaço da família e o do trabalho estão muito próximos, quando não são o mesmo. Os jovens vivem em uma comunidade onde a relação interna é muito intensa.  O pai que está na associação dos produtores é o mesmo pai que está organizando a produção na terra dele, que é o seu pai. No espaço urbano, na maioria das vezes, o espaço do trabalho é separado do espaço da casa. O seu patrão no trabalho não é o seu pai, em alguns casos até é, mas em grandes metrópoles geralmente não. Mas a colocação do problema da subalternidade, dos problemas serem percebidos com uma lógica que desvaloriza, que desacredita o discurso, a fala e a ação do jovem vai aparecer tanto no espaço urbano, quanto no espaço rural.

 

OJ - Existe uma diferença na participação de jovens homens e mulheres nos movimentos rurais?

EG - Quando você trata a questão de gênero pensando juventude no campo, via de regra aparece uma questão clara, quase senso comum: as mulheres vão embora mais cedo. Isso também é muito questionável. É um olhar muito a partir do sul do país, o Nordeste, que é muito pouco pesquisado ainda, vai nos trazer um outro quadro onde pode ser que os homens migrem mais do que as mulheres. Mas, o olhar, quase sempre a partir da região sul e sudeste, aponta esse quadro da mulher sair mais cedo do campo. Tem muitas explicações para isso, na tese eu trabalhei com a idéia de que isso era uma questão que tinha a ver com a própria reprodução familiar, onde a jovem tem um papel específico na divisão social do trabalho e seu papel primordial é cuidar da casa. Ela é cada vez menos envolvida no trabalho da produção agrícola e, ao mesmo tempo, sofre muito mais vigilância em relação a sua circulação no espaço do que um homem, o que contribui para que muitas vezes ela saia. Mas tem outras questões. Isso aparece em estudos desde a década de 40. Ouvimos com muita freqüência nos estudos clássicos sobre o movimento sindical a imensa dificuldade das mulheres participarem dos espaços de decisão, não é nenhuma novidade. Também nos partidos políticos. Criou-se a cota nos sindicatos, inclusive, por causa disso. Então, a minha hipótese inicial era a de que eu iria encontrar essa situação dentro dos movimentos sociais, ou seja, menos mulheres e mais homens atuando dentro dos espaços de juventude. Eu estou surpresa, porque estou encontrando algo muito diferente disso. Até agora a pesquisa conseguiu cobrir as duas principais organizações nacionais do movimento sindical rural, a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Agricultura), e a Fetraf (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar), a PJR (Pastoral da Juventude Rural) e agora a gente vai começar a trabalhar com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores). Há mais mulheres do que homens nas coordenações de juventude da Contag, as duas principais lideranças nacionais do movimento sindical são mulheres, da PJR é uma mulher pela segunda vez. Mas não é um reflexo de que isso já esteja resolvido, por exemplo, no movimento sindical. Eu fiz entrevistas com a direção nacional dos sindicatos e eles também estão surpresos. Temos que começar a olhar para o que a juventude vai trazer de novo em termos de formas de organização dos movimentos sociais. Me parece que pode estar começando a surgir isso, ou seja, já se conseguir romper pelo menos em espaço de direção nacional uma divisão sexual tradicional da forma das mulheres participarem da organização dos movimentos sociais. A tendência sempre foi muito forte de você ter homens na direção dos movimentos.

 

OJ - Você falou em jovens rurais que se tornam visíveis por meio de movimentos ou no próprio cotidiano do ambiente rural. Como se dá essa relação?

 EG – Juventude é uma categoria que tem muitas entradas, muitas construções, não é linear, não há uma mesma percepção de juventude de quem se identifica como jovem e de quem não se identifica como jovem, os adultos, por exemplo. É importante percebermos e não é um fenômeno novo, já aconteceu em outras épocas, em outros países, mas no Brasil apareceu com muita força nos últimos anos, o fato dessa categoria estar sendo apropriada por indivíduos, por coletivos, por movimentos. Essa identidade está forjando formas de organização social, de organização dentro dos movimentos sociais.  Uma forma que age sobre diversas questões. Age sobre a questão rural como um todo, é uma identidade que tem aglutinado jovens que estão preocupados com a questão agrária, por exemplo. E estão preocupados também com qual vai ser a situação deles como próxima geração que vai enfrentar esse mundo rural em conflito, desigual, ainda tão distante do acesso de bens e serviços e um mundo rural distante de uma reforma agrária e todas as conseqüências que isso traz. Para uma geração que viveu o Plano Nacional de Reforma Agrária, o primeiro grande projeto no país que se apresenta como um projeto de reforma agrária, com todas as suas limitações, a pergunta é: o que vai acontecer daqui a 20 anos? E eles estão se perguntando isso. O que antes lhes era cobrado individualmente passou a ser colocado como uma questão coletiva, primeiro para os jovens, mas também para os movimentos. Eu acredito que muito em função da ação dos próprios jovens. A identidade juventude rural está sendo acionada, dentro dos movimentos sociais, como uma forma de auto-organização para reivindicar questões que são gerais para a reforma agrária hoje, mas também questões específicas. O que eu acho muito interessante na pesquisa que a gente está fazendo agora é ver as coordenações de juventude dos movimentos sociais indo diretamente negociar com os ministérios, diretamente com o Presidente da República, isso é uma diferença muito grande

 

 

Depois de ver a entrevista sobre jovens saindo cedo de casa para tentar a vida em cidade grande, nós achamos que os motivos são diversos. Mas a maioria jovens tem um em comum, que eles precisam sustentar as fámilias e ganhar a melhor vida. O que é interessante na pesquisa é que as mulheres rurais saem mais cedo do que os homens, que é bem diferente do que o que a gente imaginava antes. Por causa da falta de educação, e elas são cada vez menos envolvidas no trabalho da produção agrícola e, ao mesmo tempo, sofrem muito mais vigilância em relação a sua circulação no espaço do que uns homens, o que contribui para que muitas vezes elas saiam. Nas cidades grades, como SP, elas têm mais oportunidades de trabalho e mais liberdade.

 

Saindo de casa muito cedo, faz com que os jovens aprendam a se cuidar, ao mesmo tempo os horizantes deles são ampliados,com mais e mais experiência da vida.Isso se torna uma riqueza grande para os jovens.Com o motivo de sustentar a família,ele pode diminuir a stress econômico.

Mas,sa faltando a educação suficiente,vai dar influencias negativas para o futuro deles.

Comments (2)

Sofia Hur said

at 11:23 am on Nov 19, 2009

BAH!!!
já fez entrevista???????????

Yeda said

at 11:29 am on Nov 19, 2009

kkkkkk,veja que entrevista ela é...a gente encontrou na intenet

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